Tema
A mudança
O sujeito poético reflete sobre o que se passa na natureza e nos seres humanos chegando à conclusão que tudo está em constante mutação, mas que existem grandes diferenças entre as mudanças na natureza e as mudanças que se passam nas pessoas.
A ideia de mudança constante é transmitida pelo sujeito poético, através da aplicação de palavras da mesma família : "Mudam-se"(2 vezes); "muda-se"(3 vezes),"mudança" (2 vezes); "mudar" (1 vez) ; "muda"(uma vez), assim como outras palavras que conduzem ao mesmo sentido:"novas"; "novidades".
Não menos significativas, para acentuar a ideia de que tudo está em constante mudança encontram-se, no poema, referências à passagem do tempo a que tanto a natureza como o ser humano não escapam, nem mesmo as estações do ano.
Mudanças na natureza
Na primavera
Os campos ficam cobertos de "verde manto" substituindo a "neve fria" do inverno
A mudança é para melhor
Mudanças no ser humano
"o doce encanto" converte-se em "choro"
A mudança é para pior
Mas até a própria mudança está mudada, pois “não se muda já como soía “ (costumava)
Divisão do texto em partes lógicas
Primeira parte
1ª quadra
Na primeira quadra é apresentada a ideia a desenvolver – a mudança: “mudam-se os tempos… as vontades … os seres…a confiança…todo o mundo é composto de mudança”, ou seja, o sujeito poético informa que todas as pessoas mudam e com essa mudança também muda a personalidade, a autoconfiança e a confiança nas outras pessoas, os seus interesses e os seus sentimentos também se alteram com a passagem do tempo (com a idade).
Segunda parte
2ª quadra
Esta quadra inicia-se com o advérbio "continuamente" o que é uma confirmação de que o sujeito poético considera que a mudança, nos seres humanos é ininterrupta e que as mudanças são, geralmente, para pior: "Continuamente vemos novidades/ diferentes em tudo da esperança"porque quando acontecem nunca são aquilo que se esperava, são piores: "do mal ficam as mágoas na lembrança/e do bem (se algum houver), as saudades", portanto a única coisa que resta das coisas más são as mágoas na memória e das boas, as saudades.
Terceira parte
Os 2 tercetos
O primeiro terceto é a confirmação-aí se concretiza a ideia de que na natureza tudo se renova e de maneira positiva: (na primavera) "O tempo cobre o chão de verde manto", que no inverno, "já coberto foi de neve fria". Isto é, na natureza havia algo não tão bom (o frio e neve) mas a mudança deu origem ao tempo agradável (verde manto=natureza amena, verdejante). Já no ser humano a mudança é sempre negativa e irreversível: "e, enfim, converte em choro o doce canto".
Por fim, no último terceto, é feita uma síntese das ideias do soneto (chave de ouro) em que o eu lírico constata, com espanto, que até a mudança não se muda já como costumava:"não se muda já como soía" (costumava).
Recursos estilísticos presentes no poema
Para pôr em relevo a reflexão sobre a mudança, o sujeito poético recorreu a palavras/expressões como
1. repetição de palavras da família do verbo “mudar”
2. a “novas/novidades"
3. "diferentes/converte”
4. advérbio de modo
5. “sempre/ continuamente/já”.
Análise formal
Poema em forma de soneto (duas quadras e dois tercetos, verso decassílabo, rima interpolada (nas quadras) e cruzada (nos tercetos).
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