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The Voice Portugal-Coimbra tem mais um troféu

D'Anto É o grupo de fados da Universidade de Coimbra que acaba de ganhar o concurso: The Voice Portugal (24/08/2025) Foto retirada da internet ______//___________//______ Se gostas de literatura portuguesa, talvez te interesse comprar  os ebooks marfer/cilamatos

Camões, "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" e sugestões de análise ideológica e formal



Tema

A mudança

O sujeito poético reflete sobre o que se passa na natureza e nos seres humanos chegando à conclusão que tudo está em constante mutação, mas que existem grandes diferenças entre as mudanças na natureza e as mudanças que se passam nas pessoas.

A ideia de mudança constante é transmitida pelo sujeito poético, através da aplicação de palavras da mesma família : "Mudam-se"(2 vezes); "muda-se"(3 vezes),"mudança" (2 vezes); "mudar" (1 vez) ; "muda"(uma vez), assim como outras palavras que conduzem ao mesmo sentido:"novas"; "novidades".

Não menos significativas, para acentuar a ideia de que tudo está em constante mudança encontram-se, no poema, referências à passagem do tempo a que tanto a natureza como o ser humano não escapam, nem mesmo as estações do ano. 

Mudanças na natureza

Na primavera 

Os campos ficam cobertos de "verde manto" substituindo a "neve fria" do inverno

A mudança é para melhor

Mudanças no ser humano

"o doce encanto" converte-se em "choro"

A mudança é para pior

 Mas até a própria mudança está mudada, pois “não se muda já como soía “ (costumava)

 Divisão do texto em partes lógicas

Primeira parte

1ª quadra

 Na primeira quadra é apresentada a ideia a desenvolver – a mudança: “mudam-se os tempos… as vontades … os seres…a confiança…todo o mundo é composto de mudança”, ou seja, o sujeito poético informa que todas as pessoas mudam e com essa mudança também muda a personalidade,  a autoconfiança e a confiança nas outras pessoas, os seus interesses e os seus sentimentos também se alteram com a passagem do tempo (com a idade).

Segunda parte

2ª quadra

 Esta quadra inicia-se com o advérbio "continuamente" o que  é uma confirmação de que o sujeito poético considera que a mudança, nos seres humanos é ininterrupta  e que as mudanças são, geralmente, para pior: "Continuamente vemos novidades/ diferentes em tudo da esperança"porque quando acontecem nunca são aquilo que se esperava, são piores: "do mal ficam as mágoas na lembrança/e do bem (se algum houver), as saudades", portanto a única coisa que resta das coisas más são as mágoas na memória e das boas, as saudades.

Terceira parte

Os 2 tercetos

 O primeiro terceto é a confirmação-aí se concretiza a ideia de que na natureza tudo se renova e de maneira positiva: (na primavera) "O tempo cobre o chão de verde manto", que no inverno, "já coberto foi de neve fria". Isto é, na natureza havia algo não tão bom (o frio e neve) mas a mudança deu origem ao tempo agradável (verde manto=natureza amena, verdejante). Já no ser humano a mudança é sempre negativa e irreversível: "e, enfim, converte em choro o doce canto".

Por fim, no último terceto, é feita uma síntese das ideias do soneto (chave de ouro)  em que o eu lírico constata, com espanto, que até a mudança não se muda já como costumava:"não se muda já como soía" (costumava).

Recursos estilísticos presentes no poema

                              Para pôr em relevo a reflexão sobre a mudança, o sujeito poético recorreu a palavras/expressões como

1. repetição de palavras da família do verbo “mudar”

2. a “novas/novidades"

3. "diferentes/converte”

4. advérbio de modo 

5. “sempre/ continuamente/já”.

Análise formal

Poema em forma de soneto (duas quadras e dois tercetos, verso decassílabo, rima interpolada  (nas quadras) e cruzada (nos tercetos).

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