Notas prévias
1. Este Blog é dedicado ao estudo da Literatura Portuguesa, segundo os programas do Ministério da Educação, para alunos pré-Universitários, numa coleção chamada:
"Aprender é fácil"
2.A metodologia seguida consiste em perguntas teóricas seguidas de sugestões de respostas. A parte prática consiste em testes com perguntas seguidas, igualmente, com sugestões de respostas
3. Já se encontra à venda, na Amazone, o Ebook da mesma autora deste Blog que se indica em baixo
Camões lírico
Poema
"Os bons vi sempre passar"
Ao desconcerto do Mundo
Os bons vi sempre passar
No Mundo grandes tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.
Luís de Camões
Sugestões de análise
Poema com conteúdo intemporal, cheio de veracidade, uma vez que o sujeito poético, ao fazer uma reflexão sobre o mundo que o rodeia, fica espantado com as injustiças sociais, pois constata que os maus são sempre recompensados, conseguem tudo o que querem e vivem num “mar de contentamento”, enquanto os bons sofrem e vivem num mundo de “graves tormentos”.
Para acentuar que este desconcerto do mundo é constante, o sujeito poético utiliza a repetição anafórica “vi sempre”, “vi sempre” (repetição no mesmo local, em versos diferentes).
Após reflexão sobre a realidade exterior, o “eu” refere a sua experiência pessoal: “Cuidando alcançar…/ o bem tão mal ordenado” decidiu ser mau já que, (pensava ele), iria ser recompensado à semelhança do que acontecia com os outros.
No entanto a introdução da adversativa “mas”, (verso 8) põe em evidência o carácter de exclusividade em relação a ele, porque, ao contrário do que acontecia com os outros maus, ele foi castigado.
Perante esta realidade conclui que não há justiça e revela a sua desilusão desabafando: “Assim… só para mim / anda o Mundo concertado”.
Poema de caráter lírico uma vez que o sujeito poético exterioriza o seu mundo interior, exprime as suas ideias e os seus sentimentos perante o mundo de injustiças, em que vive. O discurso poético é de 1ª pessoa “vi…fui…” tratando-se, portanto, de um narrador autodiegético.
Sob o ponto de vista formal é uma Esparsa, visto ser constituído apenas por uma estrofe.
O verso é de 7 sílabas (redondilha maior) e a rima é interpolada e emparelhada.
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Contém
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Coleção
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