I
Caraterização indireta
É o próprio leitor que, através da atuação de Carlos, o vai desvendando
II
Caraterização direta
Quando, por exemplo, se auto carateriza no monólogo interior
Caracterização física de Carlos
Carlos, nas próprias palavras de Eça, tinha uma fisionomia de
“belo cavaleiro da Renascença”era
um belo rapaz, elegante, de olhos negros, alto, cabelos negros e ondulados.
Usava barba pequena e um bigode"
Caracterização psicológica de Carlos
Sentimental
Generoso
Sensual
Corajoso
Frontal
Dotado de uma personalidade fraca
Carlos, o alter-ego de Eça de Queirós
Eça de Queirós personificou, em Carlos, a sua própria juventude
A que formou a “Questão, Coimbrã”, (Coimbra 1865-1871)
A que, já em Lisboa, (1871) formou as “Conferências do Casino”
Genericamente esses jovens pretendiam aproximar Portugal dos países desenvolvidos, mas acabaram no grupo dos “Vencidos da Vida"
Síntese da vida de Carlos ao longo do romance
Foi abandonado pela mãe (Maria Monforte), quando ainda era pequeno
Como o pai (Pedro da Maia) se suicidou, Carlos foi educado pelo avô (Afonso da Maia)
O avô deu-lhe uma excelente educação à maneira inglesa
Viajou por França e Inglaterra
Estudou e formou-se em medicina, em Coimbra
Depois de formado radicou-se em Lisboa onde participou no grupo que girava à volta de seu avô
Apesar da excelente educação que recebera e do curso de medicina que tirou, deixou-se influenciar pela sociedade de Lisboa e, tal como muitos dos outros, viveu na ociosidade perdendo os seus valores morais
Quando veio de Coimbra, criticou a sociedade a que pertencia: a alta burguesia lisboeta, (uma sociedade ociosa, corrupta, fútil, parasita)
Em contacto com essa sociedade de Lisboa, deixou-se influenciar e, tal como o resto da sociedade, amou o luxo e o diletantismo por isso, apesar dos grandes projetos que pretendia realizar, nunca concretiza nenhum. Não se fixou em nada
Conheceu muitas mulheres e os seus casos amorosos foram, quase sempre, com mulheres casadas
Apaixonou-se cegamente por uma bela mulher que, depois, soube ser sua irmã
Apesar da educação que teve, Carlos fracassou, não por causa da educação, mas por influência do meio onde se instalou (Lisboa) e fracassou, também, devido à hereditariedade: herdou de seu pai a futilidade, a cobardia, a fraqueza e de sua mãe o espírito boémio
As suas falhas na vida devem-se, essencialmente, ao facto de seguir, na prática, aquilo que sempre repudiou em teoria: o romantismo
Cada vez mais obcecado por aquela mulher/deusa Carlos, um dia, foi chamado a casa dela, na sua condição de médico e daí começou uma paixão ardente entre os dois
Castro Gomes (suposto marido de Maria Eduarda) estava ausente e começaram os encontros amorosos entre Carlos e Maria Eduarda, que ocorriam numa casa: “A Toca” que Carlos comprara com essa finalidade
Um dia a tragédia ameaçou, pois Castro Gomes, conhecedor da relação de Maria Eduarda com Carlos, revelou-lhe que Maria Eduarda não era sua mulher, mas sim sua amante e que ele poderia ficar com ela
Entretanto chegou de Paris, um emigrante, com um cofre que queria entregar a Maria Eduarda. Esse cofre tinha pertencido à mãe de Maria Eduarda e continha documentos que identificavam Maria Eduarda e lhe garantiam uma boa herança
A mãe de Maria Eduarda era Maria Monforte – Portanto era, também, a mãe de Carlos e, consequentemente, Maria Eduarda era irmã de Carlos. Logo os amantes eram irmãos
Carlos soube que era irmão de Maria Eduarda, mas não lhe contou, e continuaram a praticar incesto
Quando Afonso da Maia soube desta tragédia e que Carlos continuava a ser amante da própria irmã morreu de desgosto
Maria Eduarda quando teve conhecimento da situação saiu do país
Carlos foi fazer uma viagem que durou 10 anos
O romance termina com a chegada de Carlos de regresso a Lisboa, onde foi encontrar Portugal tão ultrapassado quanto estava há dez anos atrás
Carlos integrou-se, de novo, naquela sociedade lisboeta ociosa. Reencontrou o amigo Ega e com ele desabafou demonstrando ter consciência da vida fútil, inútil que ambos levavam: “Falhámos a vida, menino!”.
Esta frase é simbólica, muito abrangente, pois representa não só o fracasso destas duas personagens, mas o fracasso de todo o país. Um Portugal atrasado, estagnado e sem projetos de futuro
No próximo post: Caraterização de Afonso da Maia
cilamatos
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