O Espaço Social é ainda mais importante do que o Espaço Físico
O autor do romance, Eça de Queirós, passava grande parte do seu tempo em Lisboa e como bom observador captou a psicologia, a maneira de viver da alta sociedade lisboeta. Uma sociedade decadente, corrupta, (política, social e moralmente) que vivia de festas, reuniões e outras futilidades
Este panorama social encontra-se em "Os Maias", praticamente ao longo de todo o romance, na ação secundária “Episódios da vida romântica” onde, em certos momentos, a capa do “parecer” estala e o “ser” vem ao de cima
De uma maneira geral eram espaços fechados, interiores, onde apenas a alta burguesia provinciana podia ter acesso
Exemplos de ambientes sociais, em Lisboa, focados por Eça de Queirós
Hotel Central
Local onde Carlos tem o primeiro encontro com a sociedade lisboeta e onde são postas em relevo algumas das limitações da mentalidade da alta burguesia
O jantar em casa dos Gouvarinho
Onde se ridicularizam pessoas e ideias, sobretudo da classe dirigente
As corridas de cavalos
Onde as pessoas, aparentemente finas, se comportam da maneira mais descomposta
O episódio de o jornal “A Tarde”
Em que se critica o jornalismo corrupto na esfera de clientes políticos
O Sarau, no Teatro da Trindade
Onde se põe em relevo a ignorância e a superficialidade daquela sociedade que bateu muitas palmas ao ultra romantismo de Alencar, mas nem sequer ouviu a talentosa exibição musical de Cruges
O episódio final de Carlos e Ega
Um episódio simbólico para traduzir que, dez anos depois, Portugal não evoluiu mas, pelo contrário, se degradou e não se vislumbra qualquer saída para a sociedade lisboeta. Ou seja, para Portugal.
No próximo post: "O Espaço Psicológico"
cilamatos
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