Desde o início da obra que se encontram indícios que vão alertando o leitor para uma fatalidade. As palavas: “destino/ fatalismo/ fatal” surgem com frequência
Exemplos
Vilaça avisa Afonso da Maia de que “eram fatais aos Maias as paredes do ramalhete”
No final do romance, depois da catástrofe, este presságio é confirmado na reflexão de Vilaça que lembra a Afonso que ele se “riu de agouros e lendas”, mas que eles “fatais foram”
O nome escolhido para o filho de Pedro da Maia foi Carlos Eduardo porque “um tal nome parecia conter um destino de amores e façanhas”
Ega, ao referir-se aos amores de Carlos e Maria Eduarda, acha que eles serão “para bem ou para mal e para sempre o seu irreparável destino” e que estão “ambos insensivelmente, fatalmente…um para o outro”
O próprio Carlos vê, na semelhança do seu nome e da irmã, “a concordância dos seus destinos”
Guimarães é a encarnação do destino porque é ele que inviabiliza os amores fatais entre Carlos e Maria Eduarda, desencadeando a catástrofe trágica ao identificar Maria Eduarda como irmã do seu amante
Carlos justifica o passado de Maria Eduarda por força de “motivos complicados, fatais” que a tinham apanhado dentro de uma implacável rede de fatalidade
No final, quando Afonso da Maia é atingido pelas revelações de Carlos é igualmente nítida a função do destino: “mas o velho…vencido enfim por aquele implacável destino que, depois de o ter ferido na idade da força com a desgraça do filho, o esmagava…com a desgraça do neto”
Indícios de fatalismo encontram-se ainda quando a cor rosa do vestido e as fitas do chapéu de Maria Monforte (mulher de Pedro da Maia) simbolizam a vida romântica em que Pedro se deixou enredar sem pensar nas suas trágicas consequências
Também o campo por onde eles passeavam era verde, mas a ramagem pareceu, a Afonso da Maia, de um verde triste, prenunciando o luto e a tristeza
A sombrinha vermelha afigurava-se-lhe “uma larga manhã de sangue” e, de facto, Pedro suicidou-se por amor a Maria Monforte
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