Um dos objetivos de Eça, em Os Maias, é criticar os excessos do romantismo e valorizar o realismo. Consegue-o através da educação dada a três das personagens do romance
Carlos da Maia
Pedro da Maia
Eusebiozinho
Pedro e Eusebiozinho foram educados pelas mães e um membro do clero. Era a educação à maneira romântica (educação tradicional)
Consequências desse tipo de educação teórica
Pedro
Tornou-se uma criança pequenina e nervosa
Sempre pronta a chorar
Sem curiosidades
Indiferente a brinquedos, animais, flores, livros
Era uma alma meio adormecida e passiva
Era em tudo um fraco
Estas caraterísticas acompanharam-no ao longo da vida e não tendo personalidade para enfrentar os problemas da vida suicida-se quando se vê abandonado por Maria Monforte, sua mulher
Eusebiozinho
Foi igualmente um fraco quer física quer psicologicamente
Não aguentava as brincadeiras de Carlos – rebolava pelo chão; gritava; chorava e mal se conseguia pôr “de pé sobre as perninhas moles”
Intelectualmente sabia tudo de cor, sem compreender nem sentir prazer nos seus conhecimentos
Recitava versos “como uma torneira lassa”, ou seja, sem compreender o que lia, só para ir dormir com a Mamã e não saía das saias da titi.
Era um menino molengão e tristonho e assim continuou depois de adulto: um fraco
Carlos
Ao contrário do pai e do amigo teve uma educação à maneira realista
Veio de Inglaterra um professor que o preparou para uma vida saudável física e mentalmente
Praticava ginástica
Contactava com a natureza
Tomava banho todos os dias com água fria
Corria
Caia
Trepava às árvores
Remava
(…)
Este tipo de educação fez dele um ser superior destacando-se dos restantes elementos da sociedade lisboeta (alta burguesia da 2ª metade do séc. XIX)
No entanto e apesar de todas as potencialidades, Carlos deixou-se contaminar pela sociedade que tanto criticou e até pensou um dia modificar e, também, devido à hereditariedade (herdou a fraqueza do pai e leviandade da mãe) tornou-se num diletante, ou seja, numa pessoa imatura, superficial com pouca responsabilidade
Faz as coisas apenas pelo prazer e não como forma de ganhar a vida e como consequência não desenvolveu nenhum dos projetos que tinha
No final do romance, decorridos dez anos após a tragédia do incesto com a sua irmã Maria Eduarda, Carlos, conclui com Ega, que ambos tinham sido uns fracassados; uns românticos. Indivíduos que se governam, na vida, pelo sentimento e não pela razão.
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