Os Maias-Personagens e objetos simbólicos no Ramalhete

Afonso da Maia

É o símbolo das melhores virtudes do ser humano

O nome de Carlos Eduardo Maia

simboliza

Ironia

O nome foi escolhido pela mãe por esta ter lido um livro em que o protagonista era o príncipe Carlos Eduardo Stuart que teve uma vida cheia de amor e façanhas e ela queria para o seu filho um futuro semelhante

A ironia consiste no facto de, na vida real,  Carlos da Maia ter sido precisamente o contrário: não se distinguiu por “façanhas” e os seus amores foram com uma mulher casada e com a sua própria irmã, Maria Eduarda

Fatalismo

Carlos apaixonou-se fatalmente pela própria irmã: Ega, ao referir-se aos amores de Carlos e Maria Eduarda, acha que eles serão “para bem ou para mal e para sempre o seu irreparável destino” e que estão “ambos insensivelmente, fatalmente…um para o outro”

Presságio

Carlos Eduardo Stuart foi o último Stuart e Carlos Eduardo Maia foi também o último dos Maia

O nome "Toca"

Uma das caraterísticas dos animais consiste em gostarem de se esconder em tocas, ora o nome da casa onde Carlos e a irmã Maria Eduarda praticavam o adultério tinha, precisamente, esse nome:"Toca" o que é símbolo não de amor verdadeiro, mas animalesco, amor/pecado.

A chave da porta da "Toca"

Quando Carlos foi a primeira vez com Maria Eduarda à "Toca" revelou grande prazer ao introduzir a chave no portão, simbolizando poder e prazer nas relações incestuosas

Da segunda vez os dois amantes experimentam a chave juntos, o que simboliza que não só Carlos, mas também Maria Eduarda tinha prazer naquela relação

A cabeça degolada

O quadro de S. João Batista que existe nos aposentos destinados a Maria Eduarda, tem a cabeça degolada o que é símbolo de tragédia

A coruja

No quarto de Carlos e Maria Eduarda existe uma coruja. Como este animal é considerado ave de mau agouro simboliza algo de mau para o futuro daqueles amantes

Os dois faunos

Fauno, no dicionário é uma divindade metade homem e metade animal e em sentido figurado um “homem libidinoso, sátiro”. Como se encontravam dois no quarto dos irmãos amantes simbolizam a atração sexual pecaminosa

As tapeçarias do quarto

Na "Toca" existia uma tapeçaria à qual o autor do romance atribuiu a seguinte frase: “desmaiavam, na trama de lã, os amores de Vénus e Marte”. Esta frase simboliza que também as relações amorosas entre Carlos e Maria Eduarda estavam igualmente condenadas a desaparecer

Os três lírios

Dentro de um vaso do Japão encontravam-se três lírios brancos envelhecidos, murchos que foram alvo da atenção de Carlos. Por serem brancos significaria pureza, mas o facto de serem três e estarem murchos simboliza a desgraça que os três Maias (Afonso, Carlos e Maria Eduarda) iriam sofrer por causa dos amores entre os dois irmãos