Crónica dos Bons Malandros-Mário Zambujal

Sugestões para uma melhor compreensão do livro e para que possamos dizer que "Aprender é Fácil"

Autor

- Mário Joaquim Marvão Zambujal, mais conhecido apenas por Mário Zambujal

- Escritor e jornalista de nacionalidade portuguesa

- Nascido em 1936

- O livro intitula-se " Crónica" o que se justifica porque narra factos do dia-a dia das personagens

- Com base neste seu livro foi feita uma série televisiva e um filme, com o mesmo nome

Personagens

- Arnaldo, o Figurante

- Adelaide, a Magrinha

- Flávio, o Doutor

- Silvino, o Bitoque

- Pedro, o Justiceiro

- Renato, o Pacífico (chefe da quadrilha)

- Marlene, a Voadora

Síntese 

Em síntese poderemos dizer que o livro relata a vida de vários jovens que formaram uma quadrilha, a qual na sua génese tinha algum de original, fora de todas as normas do que habitualmente se entende por uma quadrilha, porque a regra imposta pelos próprios era a recusa do uso de armas de qualquer espécie e  até o nome do membro do grupo considerado o chefe tinha como alcunha o "Pacifista". 

Título

No título surge-nos uma antítese: "Bons / Malandros" que passamos a esclarecer

Para isso desdobremos o título nestas duas palavras

      Bons

Porque todas as personagens antes de se tornarem em marginais eram boas pessoas

Malandros

Porque  estas mesmas personagens se transformaram em homens e mulheres desocupados, ociosos, vadios

                                                 Divisão do conteúdo da obra em partes

 Encontramos três partes 

- A vida das personagens antes de se integrarem na quadrilha

- As suas caraterísticas, depois de fazerem parte do grupo de marginais

- A descrição do assalto à Gulbenkien

 Para facilitar a aprendizagem dividimos as três partes em 9 capítulos

A maior parte dos capítulos é a história de cada um dos membros do grupo e da maneira como  foram parar à Quadrilha do Renato. O relacionamento profissional entre todos os membros da quadrilha consistia em planearem, em conjunto, os assaltos que pretendiam fazer, embora Renato fosse considerado o chefe de todos.

1. A vida das personagens antes de se integrarem na quadrilha

2. As suas caraterísticas depois de fazerem parte do grupo

3. A descrição do assalto à Gulbenkian

4- O relacionamento profissional entre os membros consiste em planearem, em conjunto, os assaltos que pretendem fazer, embora Renato seja o chefe de todos

Vejamos como Silvino nos conta o primeiro assalto, aquele que "iria espantar o mundo": o roubo de uma coleção de jóias de René Lalique que se encontrava na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa

"...tal como tínhamos combinado chegámos à Gulbenkian , pelas 14,34 h. Entrámos no Museu ao mesmo tempo que as pessoas que o iam visitar. Eu ia na cadeira de rodas, com os pés com ligaduras. Quando vimos tanta gente ficámos atrapalhados. O Pedro disse até que não iríamos conseguir fazer o assalto, mas Renato achou precisamente o contrário. Avançámos fingindo que éramos  também visitantes que víamos tudo com muito interesse. O Flávio fazia de cicerone, mas eu estava furioso porque o que eu queria era ir direto ás jóias. Renato concordou e, às 15h e 58m,  ficamos embasbacados a ver as jóias Lalique..."

Alguns tópicos sobre os nove Capítulos 

Capítulo 1 

- Nome: " Quadrilha" 

- Apresentação  dos membros do grupo

-  Reunião do grupo: preparação de um assalto que "iria espantar todo o mundo" e consistia em irem roubar uma coleção de jóias de René Lalique que se encontrava na Fundação Calouste Gulbenkian

- Aparecimento repentino de uma outra personagem: Silvino que vai criar dificuldades 

Capítulo 2

- Apresentação de Pedro: um jovem da aldeia que embora, pouco ou nada sabendo do que se passava no seu país, era famoso pela sua luta contra a "ditadura da Couve Lombarda", ou seja, da professora.

Pedro, entre os delinquentes como ele, era conhecido por "o justiceiro". Esta alcunha surgiu numa ocasião em que a professora lhe perguntou o que tinha feito D. Pedro para justificar o cognome de "Justiceiro" e ele respondeu que ele tinha mandado plantar o pinhal de Leiria 

- Expulsão de Pedro da escola, pela professora, devido à sua resposta que nada tinha a ver com a pergunta que a professora tinha feito

- Uma vez na rua, Pedro partiu para a delinquência.

Capítulo 3

- Apresentação de Flávio, conhecido pela alcunha "o doutor", apesar de ter estudado direito mas nunca ter acabado o curso. A razão pela qual interrompeu os estudos  foi por ter sido preso, acusado de ter feito um desfalque na empresa onde trabalhava

 Capítulo 4

- Pormenores que nos ajudam a conhecer melhor mais um dos elementos do bando: Arnaldo. 

- Arnaldo tinha a alcunha de "Arnaldo Figurante" que lhe veio do facto de ele ter participado, precisamente, como figurante, numa produção cinematográfica que rodou em Portugal, na altura, e era de origem franco-portuguesa 

- Para Arnaldo, que não tinha emprego esta oportunidade foi o seu ganha pão, pois ele passou a viver com o dinheiro que lhe pagavam por cada filmagem: 300 escudos

- Foi preso por se ter envolvido numa confusão com a polícia. Quando lhe foi perguntada a sua identidade ele respondeu que a sua profissão era ser figurante

Capítulo 5

- Apresentação de Adelaide, uma prostituta, que foi presa assim como a sua amiga Lina devido, precisamente, à profissão de prostituta

- Adelaide confidencia a Lina que participava na quadrilha e conta-lhe também a prisão de Carlos, um dos seus companheiros de quadrilha, pelo qual ela se tinha apaixonado durante um baile 

Capítulo 6

- Apresentação de mais um jovem chamado Silvino. Ficamos a conhecer esta personagem porque nos são narrados factos da sua vida desde que era criança. 

- Silvino, desde sempre, revelou tendência para o roubo, o que nos é transmitido através de frases como, por exemplo: "Ao que constava da memória de família, o primeiro roubo de Silvino foi a chupeta do irmão".

- Silvio tinha um padrinho (Alonso Gutierrez) de origem espanhola que, ao longo dos tempos, foi tentando regenerar o afilhado, inclusivamente internando-o num colégio em Lisboa. Mesmo assim não resistiu e apesar dos outros membros da quadrilha não o quererem aceitar foi o último a entrar.

Capítulo 7

- Renato e Marlene. Ela filha de Acrobatas.  Ele filho de um feirante. Como que por  destino encontram-se  e sua infância foi vivida no mesmo local: a feira. A vida afastou-os, mas eles reencontraram-se algum tempo mais tarde e o futuro de ambos é de muitas dificuldades

Capítulo 8

- Adelaide sai de Portugal com o seu amor: Carlos que já tinha cumprido a pena de prisão e resolveram mudar de vida.

- Esta mudança de vida dos dois anteriores membros de marginais teve grande impacto nos restantes: foram solidários com os eis companheiros

 

Capítulo 9

- Neste capítulo é a glória e também o fim, ou seja, dá-se com êxito, o tão desejado e planeado assalto. No entanto dada a traição de um dos membros do grupo: Silvino, não conseguem controlar a situação e são obrigados a usar, pela primeira vez,  as armas.

 Consequências

1. A quadrilha foi desmantelada

2. Renato foi assassinado

3. Marlene morreu de amores porque não conseguiu resistir ao desgosto do assassinato de Renato

Conclusão

Todas as personagens são como que envolvidas numa teia que vai urdindo as suas vidas e as empurra para a marginalidade de onde elas não têm capacidade de sair de forma digna 

 Para finalizar as sugestões de análise deste maravilhoso livro, mas não tornar este "post" demasiado  longo, acrescenta-se apenas um tópico sobre quem nos conta todas as peripécias deste grupo de "Bons Malandros", ou seja o

Narrador 

O narrador é heterodiegético, isto é, não participa na ação pois não é personagem da história. Ele apenas conta os acontecimentos como um observador, por isso não fala na 1ª pessoa , mas sim, na terceira. Seguem-se alguns exemplos

                                                           -"Ficaram...de olhos"

- Estavam todos..."

marfer/cilamatos

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marfer/cilamatos

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