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Portugal - Parque Nacional da Peneda-Gerês

Nota O texto é da Wikipédia (adaptado) As fotos são pessoais e colocadas aleatoriamente O que é o Gerês? Trata-se de uma área protegida de Portugal  com autonomia administrativa, financeira e capacidade jurídica  criada no ano de 1971, no meio ambiente da Peneda-Gerês.  Situa-se no extremo norte de Portugal, na zona raiana entre   Minho ,   Trás-os-Montes   e a   Galiza . O seu perímetro territorial abrange todo o vasto território florestal que se estende desde a   Serra da Peneda   até à   Serra do Gerês .  Em Portugal abrange os distritos de   Braga   (concelho de   Terras de Bouro ),   Viana do Castelo   (concelho de   Melgaço ,   Arcos de Valdevez   e   Ponte da Barca ) e   Vila Real   (concelho de   Montalegre ), numa área total de cerca de 70 290 hectares, [ 2 ]   É recortado por dois grandes rios: o Rio Lima e o Cávado.  Esta região transfronteiriça oferece...

Os Lusíadas - Canto V - Estrofes de 92 a 100 e sugestões de análise ideológica


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Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português e Francês) pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Portugal 

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Os Lusíadas 
Plano do Poeta

Nota: nas estrofes seguintes Camões revela o seu desencanto pelo desprezo dos portugueses em relação à atividade poética
Estrofes: 92 a 100 seguidas de explicação em português atual
92
Quão doce é o louvor e a justa gloria
Dos proprios feitos, quando são soados!
Qualquer nobre trabalho, que em memoria
Vença ou iguale os grandes já passados.
As invejas da ilustre e alheia historia
Fazem mil vezes feitos sublimados.
Quem valerosas obras exercita,
Louvor alheio muito o esperta e incita.

Explicação
Como é doce o elogio e a glória justa das nossas próprias façanhas, quando são atingidos com tanto esforço! Como é grato o elogio de qualquer notável facto que exceda ou igual em fama os maiores da antiguidade! O que há de grandioso na história estrangeira é um estímulo e origina factos imortais. Todo aquele que se entrega à vida das armas se entusiasma e estimula muito com o elogio dos feitos alheios. 

93
Não tinha em tanto os feitos gloriosos
De Aquiles, Alexandro na peleja,
Quanto de quem o canta, os numerosos
Versos; isso só louva, isso deseja.
Os troféus de Milcíades famosos
Temístocles despertam só de inveja,
E diz que nada tanto o deleitava
Como a voz que seus feitos celebrava.

Explicação
Não invejava tanto Alexandre Magno as façanhas gloriosas de Aquiles como os fluentes versos do cantor desse herói (como ser cantado por Homero na Ilíada); só isso ele exaltava e só isso ele desejava. As celebradas vitórias de Milcíadas só despertavam a inveja em Temístocles, o qual dizia que nada lhe agradava tanto como ouvir celebrar os feitos daquele capitão.

94
Trabalha por mostrar Vasco da Gama,
Que essas navegações que o mundo canta,
Não merecem tamanha gloria e fama
Como a sua, que o ceo e a terra espanta.
Si; mas aquele heroe, que estima e ama
Com dões, mercês, favores e honra tanta
A lyra Mantuana, faz que soe
Eneias, e a Romana gloria voe.

Explicação
E Vasco da gama esforçou-se por mostrar que essas navegações tão celebradas no mundo não mereciam tanta glória e fama como a sua, que é o assombro do céu e da terra (do Universo). É justo, mas aqueles heróis  que estimaram e recompensaram com tantos presentes, mercês, favores e honras a obra (as Éclogas e Georgica) do Mantuano (Augusto e Mecenas que protegeram Virgílio) fizeram com que fosse celebrado Eneias e se imortalizasse a glória de Roma. 

95
Dá a terra Lusitana Scipiões,
Cesares, Alexandros, e dá Augustos;
Mas não lhe dá contudo aqueles dões
Cuja falta os faz duros e robustos.
Octávio, entre as maiores opressões,
Compunha versos doutos e venustos.
Não dirá Fúlvia, certo, que é mentira,
Quando a deixava António por Glafira.

Explicação
É Portugal pátria de homens ilustres como Sipião, César, Alexandre Magno e Augusto, mas, contudo, não têm esses (esses heróis) aqueles dons cuja falta os faz só cruéis e valentes (não lhes dá talento e bondade). Octávio, no meio das maiores angústias, (dos perigos) escrevia versos eruditos e graciosos; e é incontestável que Marco António deixou (sua mulher) Fúlvia) por Grafira (bela e inteligente mulher do sacerdote Arquelau, por lhe aprecia muito o talento).

96
Vai Cesar, subjugando toda França,
E as armas não lhe impedem a sciencia;
Mas, n´huma mão a pena e n’outra a lança,
Igualava de Cícero a eloquência.
O que de Scipião se sabe e alcança,
É nas comedias grande experiência.
Lia Alexandro a Homero de maneira
Que sempre se lhe sabe à cabeceira.

Explicação
César fez a conquista de toda a França e a vida das armas não lhe prejudicou nunca a ciência e o amor das letras, antes, com a pena numa das mãos e a lança na outra, igualava na eloquência a Cícero. O que se sabe e conhece (mais gratamente) de Cipião é a sua grande perícia na arte de fazer comédias. Alexandre Magno lia tanto o poeta Homero, que todos sabiam tê-lo sempre (a Ilíada e a Odisseia) debaixo do travesseiro.


97
Em fim, não houve forte capitão,
Que não fosse também douto e sciente,
Da Lacia, Grega, ou Barbara nação,
Senão da Portuguesa tamsomente.
Sem vergonha o não digo; que a razão
D’algum não ser por versos excellente,
É não se ver prezado o verso e rima,
Porque, quem não sabe arte, não na estima.

Explicação
Não houve enfim capitão valente em Roma, na Grécia ou em qualquer outra nação, mesmo bárbara, que não fosse instruído e sábio. Só em Portugal não acontece assim. Não o digo sem vergonha; porque a causa de alguns heróis não serem imortalizados em admiráveis versos é não se dar valor aos versos e às rimas, pois que a arte não pode ser nunca estimada por quem não a entende.

98
Por isso, e não por falta de natura,
Não ha também Virgílios nem Homeros;
Nem haverá, se este costume dura,
Pios Eneas, nem Achiles feros.
Mas o peor de tudo é que a ventura
Tão asperos os fez, e tão austeros,
Tão rudos e de engenho tão remisso,
Que a muitos lhe dá pouco, ou nada disso.

Explicação
Por isso, e não por falta de génios, também não há (em Portugal) Virgílios nem Homeros (poetas como eles) nem haverá nunca, a continuar-se assim, piedosos Eneias nem valentes Aquiles (heróis como eles). Mas o pior de tudo é que a felicidade fez a muitos (grandes homens) t-ao rudes e tão secos, tão brutais e de inteligência tão tacanha, que pouco ou nada se incomodam com isso.

99
Às Musas agradeça o nosso Gama
o muito amor da Pátria, que as obriga
A dar aos seus na lyra nome e fama
De toda a ilustre e belica fadiga;
Que elle, nem quem na estirpe seu se chama,
Callíope não tem por tão amiga,
Nem as filhas do Tejo, que deixassem
As telas d’oiro fino, e que o cantassem.

Explicação
Agradeça os meus versos o nosso Gama ao grande amor pátrio que obriga a inspiração poética a celebrar entre nós  na lira o nome e a glória de todos os grandes e incansáveis guerreiros; porque nem ele, nem ninguém que pertença à sua família , são tão simpáticos à Musa da Epopeia ou às Musas do Tejo, (aos poetas épicos de Portugal), que ponham de parte  as telas de ouro puro para o virem cantar (que desçam dos seus sonhos para os virem imortalizar).

100
Porque o amor fraterno e puro gosto
De dar a todo o Lusitano feito
Seu louvor, é somente o pressuposto
Das Tágides gentis, e seu respeito.
Porém não deixe enfim de ter disposto
Ninguém a grandes obras sempre o peito,
Que por esta, ou por outra qualquer via,
Não perderá seu preço, e sua valia.
Explicação
Porque este meu fraternal amor e imaculado gosto de celebrar condignamente todos  os feitos dos portugueses é apenas por vontade  das gentis ninfas do Tejo e em respeito delas  (É apenas por amor à pátria):mas, afinal, nunca ninguém deixe  de dispor a alma para as grandes empresas,  (para os grandes feitos) porque, desta forma ou doutra, ver´sempre recompensados o seu valor e a sua glória.

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