Notas prévias
1. Este Blog é dedicado ao estudo da Literatura Portuguesa, segundo os programas do Ministério da Educação, para alunos pré-Universitários, numa coleção chamada:
"Aprender é fácil"
2.A metodologia seguida consiste em perguntas teóricas seguidas das respetivas respostas. A parte prática consiste em testes com perguntas seguidas das respetivas respostas
3. Já se encontra à venda, na Amazone, o Ebook da mesma autora deste Blog que se indica em baixo
👍👍👍👍👍👍
POESIA LÍRICA DE CAMÕES
Luís de Camões, no séc. XVI enriquece, consideravelmente, a Poesia Medieval. As suas poesias já demonstram grande reflexão sobre temas que preocupam o Homem
A vida
O tempo
O "desconcerto do mundo"
A mudança
O amor
A natureza
O Destino
A"Aurea Mediocritas"
A mulher amada
(...)
"Se Helena apartar do campo seus olhos"
Se Helena apartar
do campo seus olhos,
nascerão abrolhos.
voltas
A verdura amena,
gados que pasceis,
sabei que a deveis
aos olhos d' Helena.
Os ventos serena,
faz flores d' abrolhos
o ar de seus olhos.
Faz serras floridas,
faz claras as fontes...
Se isto faz nos montes,
que fará nas vidas?
Trá-las suspendidas,
como ervas em molhos,
na luz de seus olhos.
Os corações prende
com graça inumana;
de cada pestana
uma alma lhe pende.
Amor se lhe rende
e, posto em giolhos,
pasma nos seus olhos.
Luís de Camões
Exaltação da beleza e sedução dos olhos da mulher amada, Helena
Divisão em partes lógicas
Doze versos iniciais
Efeitos positivos dos olhos de Helena sobre os animais
Nos "gados"
A verdura que eles comem, só existe devido aos efeitos dos olhos de Helena: “A verdura amena,/ gados …/sabei que a deveis/ aos olhos de Helena”.
Efeitos positivos do olhar de Helena
Na natureza
Tornam os ventos mais calmos: “os ventos serena”
Transformam as ervas daninhas (“abrolhos”) em flores: "faz flores de abrolhos”
As serras, que normalmente são áridas, surgem cheias de flores: “Faz serras floridas”
Clarificam as fontes “faz claras as fontes”
Últimos versos
Abrem com uma interrogação retórica: “Se isto faz nos montes/ que fará nas vidas?”
Efeitos positivos do olhar de Helena sobre o ser humano
Reflexão do sujeito poético para mostrar o efeito dos olhos de Helena sobre o ser humano
Traz as vidas suspensas: “como ervas em molhos / na luz dos seus olhos (…) de cada pestana/ uma alma lhe pende”
O próprio Amor (Cupido) se ajoelha, rendido, perante a magia do seu olhar: “Amor se lhe rende / e, posto em geolhos/ pasma nos seus olhos…”.
Recursos estilísticos
Para realçar os efeitos positivos da beleza dos olhos de Helena o sujeito poético utiliza
Adjetivação expressiva
“faz serras floridas/ faz claras as fontes”
Verbos no presente para transmitir maior realismo aos olhos da amada: “os corações pende (…) Amor se lhe rende(…) pasma nos meus olhos”.
Verbos no futuro para exprimir os efeitos desastrosos do eventual afastamento dos olhos de Helena “nascerão abrolhos (…) que fará nas vidas”
Hipérbole
Exagera os poderes dos olhos de Helena: "de cada pestana/uma alma lhe pende”
Personificação
Na vassalagem que o Amor rende a Helena: “Amor se lhe rende/ e posto em giolhos,/ pasma nos seus olhos”.
Análise formal
Este poema pertence à fase em que Camões sofreu influência da poesia do Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende, pois está escrito sob a forma de Vilancete, ou seja, é um poema constituído por um Mote de três versos
seguido de três Glosas (ou voltas)
Cada Glosa é composta por sete versos
Rima emparelhada e interpolada
Redondilha menor (5 sílabas)
cilamatos
Comentários
Enviar um comentário