Vergílio Ferreira: estudo da obra "Manhã Submersa"-post nº2

 2º Post: Continuação do Post anterior (nº1) onde já foram dadas várias informações sobre o escritor Vergílio Ferreira, assim como, do seu romance "Manhã Submersa" que se baseia em aspetos autobiográficos: Vergílio Ferreira viveu a sua adolescência no Seminário do Fundão, para onde foi aos 12 anos e onde esteve até aos 16 anos.

O objetivo deste blog é incentivar o gosto pela leitura, por isso  vamos lá, então, conhecer um pouco mais de António dos Santos Lopes, na esperança de que pelo menos algumas das pessoas que seguem o Blog leiam "Manhã Submersa"

Em "Manhã Submersa" o herói da história (António Lopes) coincide com o produtor da narrativa, ou seja, o Eu que percorre a obra de um lado ao outro  é  autor-narrador: António dos Santos Lopes, conhecido pelo alcunha "o Borralho"diz sentir-se chamado a contar a sua própria vida logo na nota introdutória do romance: "poucos anos vivi conscientemente a vida da minha família (...) por isso a escrevi sem discussão, a vida de angústia durante um mês inteiro".

Este narrador é autodiegético, ou seja, é personagem principal na história que vai narrar, o que se pode verificar pela utilização do pronome pessoal "eu" (expresso ou subentendido);  nas formas verbais; pelos  deíticos pessoais; possessivos; demonstrativos etc. que têm uma dupla função: mostrar e referir objetos organizando as relações de tempo e espaço: "tudo em mim  disse adeus à minha gente e recolhi-me de novo à minha solidão".

O narrador conta-nos o que sente, o que vê e as suas reações a todos o espaço circundante. O eu central, por vezes, fala no plural o que reflete que ele projeta a sua consciência na dos outros. Assim  é , no momento em que ele atribui a 200 seminaristas o seu próprio terror, sofrimento e humilhação.

Há um eu adulto, narrador, que faz o papel de viver e outro que vive realmente. O narrrador adulto integra-se num hoje que lembra. A personagem central integra-se num ontem intensamente vivido. Daí também se conclui que há um António Lopes narrador de nível extradiegético já que não pode viver os acontecimentos passados e uma personagem central de nível diegético.

Há uma oposição entre........

Nota: para continuar a saber a história de António Lopes leia o próximo Post (nº3) neste Blog

cilamatos/marfer

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