Vamos lá continuar a história no ponto em que a deixámos no post nº 3
Esta distância é indispensável para haver narrativa autodiegética, de contrário haveria diário íntimo; monólogo interior, mas não autodiegése. É entre os dois polos de distância que se encerram, neste caso, três ou quatro anos de seminário. Esta distância provoca um desajuste entre o que fala na narrativa (o adulto) e o que fala na vivência (a criança) que viveu os acontecimentos. Com frequência encontram-se formas verbais como, por exemplo: "recordo"; "lembro" com a finalidade de colmatar a distância temporal (o tempo em que se passa a história (diegése) do tempo da narração (discurso). Esta distância de "muitos anos" encontra-se representada entre o penúltimo e o último capítulos já que este último não pertence propriamente à história que ele quer conta, mas serve de ligação entre aquele (história) e o presente da enunciação. O tempo da história pertence definitivamente ao passado (uso de verbos memorativos, e da forma verbal no perfeito): e "Falo agora à memória destes últimos vinte anos e pergunto-me que destino atravessou a minha vida além desse pavor".
Conheça mais um capítulo desta fascinante história de vida, no próximo "post"deste blog
cilamatos/marfer
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