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Portugal - Parque Nacional da Peneda-Gerês

Nota O texto é da Wikipédia (adaptado) As fotos são pessoais e colocadas aleatoriamente O que é o Gerês? Trata-se de uma área protegida de Portugal  com autonomia administrativa, financeira e capacidade jurídica  criada no ano de 1971, no meio ambiente da Peneda-Gerês.  Situa-se no extremo norte de Portugal, na zona raiana entre   Minho ,   Trás-os-Montes   e a   Galiza . O seu perímetro territorial abrange todo o vasto território florestal que se estende desde a   Serra da Peneda   até à   Serra do Gerês .  Em Portugal abrange os distritos de   Braga   (concelho de   Terras de Bouro ),   Viana do Castelo   (concelho de   Melgaço ,   Arcos de Valdevez   e   Ponte da Barca ) e   Vila Real   (concelho de   Montalegre ), numa área total de cerca de 70 290 hectares, [ 2 ]   É recortado por dois grandes rios: o Rio Lima e o Cávado.  Esta região transfronteiriça oferece...

Sophia de Mello Breyner Andresen - poema Fúrias e sugestões de análise

Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014 e tem uma biblioteca com o seu nome em Loulé. Wikipédia

Fúrias

Escorraçadas do pecado e do sagrado

Habitam agora a mais íntima humildade

Do quotidiano. São

Torneira que se estraga atraso de autocarro

Sopa que transborda na panela

Caneta que se perde aspirador que não aspira

Táxi que não há recibo extraviado

Empurrão cotovelada espera

Burocrático desvario

 

Sem clamor sem olhar

Sem cabelos eriçados de serpentes

Com as meticulosas mãos do dia-a-dia

Elas nos desfiam

 

Elas são a peculiar maravilha do mundo moderno

Sem rosto e sem máscara

Sem nome e sem sopro

São as hidras de mil cabeças da eficácia que se avaria

 

Já não perseguem sacrílegos e parricidas

Preferem vítimas inocentes

Que de forma nenhuma as provocaram

Por elas o dia perde seus longos planos lisos

Seu sumo de fruta

Sua fragrância de flor

Seu marinho alvoroço

E o tempo é transformado

Em tarefa e pressa

A contra tempo

                   Sophia de Mello Breyner Andresen


 Sugestões de análise, para facilitar a compreensão do conteúdo do poema

Neste poema, há muita emoção e reflexão sobre as inquietações e angústias do ser humano diante das adversidades da vida que são apresentadas através da alegoria das "Fúrias". A autora reflete a sua  enorme sensibilidade e o seu olhar crítico sobre  um tempo degradado e degradante para a condição humana. Sophia utiliza a figura das "Fúrias" como símbolo das emoções intensas e dos conflitos internos que atormentam o ser humano.

As "Fúrias", mudaram aparentemente, de função: passaram tragicamente da perseguição de "sacrílegos e parricidas" (verso 18) para "vítimas inocentes "(verso 19).  

Na primeira estrofe são enumeradas uma série de objetos e situações do quotidiano, caoticamente  caraterizados que são também a expressão da "peculiar maravilha do mundo moderno",(verso 14) onde já não existe unidade nem utopia-reino simbolicamente  recriado nos versos 21 a 25.

 Na terceira estrofe, através da metáfora e da hipérbole,  as "Fúrias" são reconfiguradas, em "hidras de mil cabeças"(verso 17),  que diariamente, em toda a parte e a toda a hora, nos dividem e fragmentam em fios "Elas nos desfiam", (verso 13).

 O plano fónico do poema  imprime-lhe um ritmo violento e desintegrador de que são exemplo as aliterações em diferentes oclusivas existentes na primeira estrofe em oposição ás contínuas da 4ª estrofe; a aliteração em sibilante da 3ª estrofe; as assonâncias, as anáforas etc. 

A violência do ritmo é acentuada pele ausência de pontuação e pela articulação de versos com diferente número de sílabas.

A estrutura do poema é marcada por versos livres, o que permite uma fluidez na leitura e liberdade de expressão. A escolha de uma linguagem poética mas clara intensifica as imagens e os sentimentos apresentados, criando uma conexão profunda com o leitor.

 Sophia evoca elementos da natureza, como o mar e o vento, simbolizando tanto a força das fúrias quanto a incerteza da vida. Essas imagens contrastam com as emoções internas, retratando a dualidade entre o exterior e o interior, entre o caos e a procura da ordem.

O poema é um convite ao ser humano para que reflita sobre as suas próprias fúrias e angústias, sobre a condição humana, para que possa compreender o mundo.

                                                                             marfer/cilamatos

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