Centro de Arte Moderna Gulbenkian
Rafaela Simões
24 mar, 13:54
Não é um espaço interior, nem exterior. É uma mistura que resulta da visão de um arquiteto japonês que levou Portugal aos prémios da ArchDaily.
Já conheces uma das capelas mais invulgares de Portugal ou a igreja "proibida"?
O tempo é o melhor amigo do sucesso e um dos mais fascinantes edifícios de todo o mundo localizado em Portugal é a prova disso. Foram precisos quatro anos para realizar as obras do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, em Lisboa, que abriu completamente renovado e pronto a impressionar em setembro de 2024. A arquitetura encaminhou muitos até ao novo edifício, que não chamou apenas a atenção dos lisboetas.
Mal se sabia que meses depois de ser inaugurado, o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian (CAM) receberia o prémio de Building of the Year 2025, da ArchDaily. É assim um dos Edifícios do Ano graças a um trabalho conjunto, liderado pelo aclamado arquiteto japonês Kengo Kuma, que acolheu as ideias do arquitecto paisagista libanês Vladimir Djurovic e dos arquitetos do atelier portuense OODA.
O novo desenho do edifício inspira-se no Engawa, um alpendre típico das habitações japonesas, que não é totalmente um espaço interior nem exterior. A arquitetura foi assim concebida para estar em harmonia com os jardins da Fundação Gulbenkian, refletindo a visão de Kuma para uma arquitetura "suave e humana", alinhando-se com o compromisso do CAM de fortalecer a ligação entre o edifício, o jardim e a cidade.
"Inspirados na essência do Engawa, revelamos uma nova narrativa ao ar livre, convidando os visitantes a desacelerar e a apropriarem-se deste espaço. A ideia de suavidade e transição estende-se ao interior do CAM, onde criámos novos espaços por subtração, replicando a ligação do edifício ao jardim e à luz exterior", explica o arquiteto japonês, citado pela ArchDaily.
A nova obra é assim a porta de entrada, sempre aberta, para exposições temporárias, assim como para as exposições permanentes de arte moderna e contemporânea, continuando a albergar cerca de 12 mil obras de arte – entre pinturas, esculturas, instalações, desenhos, gravuras, fotografias e filmes – de alguns dos artistas mais renomados de Portugal, como Helena Almeida, Paula Rego e Maria Helena Vieira da Silva, assim como de artistas internacionais, de Robert Delaunay a Bridget Riley.
marfer/cilamatos
Comentários
Enviar um comentário