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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2022

The Voice Portugal-Coimbra tem mais um troféu

D'Anto É o grupo de fados da Universidade de Coimbra que acaba de ganhar o concurso: The Voice Portugal (24/08/2025) Foto retirada da internet ______//___________//______ Se gostas de literatura portuguesa, talvez te interesse comprar  os ebooks marfer/cilamatos

Fernão Lopes: O papel do historiador: imparcialidade

Este é o nosso blog   www.oslusiadastudoanalisado.blogspot.com Mas também temos eBooks à venda, na Amazon Coleção  Aprender é fácil      (Portuguese Edition) eBook Kindle por Cila Matos (Author) Estes eBooks são constituídos por inúmeras perguntas teóricas  e por vários testes sempre seguidos de sugestões de respostas    - Foi a maior personalidade da literatura medieval portuguesa (Nasceu entre 1380 / 1390) - Foi escrivão e cronista oficial do reino de Portugal e o 4.° guarda-mor da Torre do Tombo  O papel do historiador segundo Fernão Lopes Imparcialidade - Para este Grande Cronista o  mais importante não é a “formosura” e novidade das palavras, mas a verdade dos factos que narra. O papel do historiador segundo os cronistas anteriores a Fernão Lopes Parcialidade -  Eram parciais, ou seja, não contavam toda a verdade dos factos sobre os quais escreviam: exageravam os aspetos positivos e omitiam ou diminuíam os negativos. Fernão Lop...

Antóni Ferreira: "Ó alma pura enquanto cá vivias"- poema e sugestões de análise

Poeta português do séc. XVI  Poema   (À morte da esposa) Ó alma pura enquanto cá vivias, Alma, lá onde vives, já mais pura, Porque me desprezaste? Quem tão dura Te tornou ao amor que me devias? Isto era o que mil vezes prometias, Em que minha alma estava tão segura? Que ambos juntos Da hora desta escura Noute nos subiria aos claros dias? Como em tão triste cárcer' me deixaste? Como pude eu sem mi deixar partir-te? Como vive este corpo sem sua alma? Ah! que o caminho tu bem mo mostraste, Porque correste à gloriosa palma! Triste de quem não mereceu seguir-te!   Sugestões de análise O poeta transmite com intensidade a dor provocada pela morte da amada. O sujeito poético, em solilóquio, dirige-se, angustiadamente, àquela que partiu para o mundo que a merecia, faltando ao compromisso que com ele fizera de partirem juntos. Ele, porém, não pôde acompanhá-la porque não tinha a riqueza espiritual dela.  Este soneto diviniza a mulher amada.

Fernão Lopes -Visão da realidade histórica / Originalidade / Estilo

Escritor português  Data provável do seu nascimento: entre 1380 e 1390 - A maior grandeza de Fernão Lopes deve-se à sua visão multifacetada dos aspetos coletivos da vida nacional; - O seu discurso é original, consiste num fantástico estilo coloquial a que ele próprio chama “falamento”.  Fernão Lopes trava uma espécie de diálogo com os seus leitores pois faz-lhes perguntas; usa exclamações; apela à sua imaginação e simpatia; - A sua originalidade revela-se também, muito particularmente, na composição das crónicas: Fernão Lopes procurou ordenar a matéria em grandes conjuntos animados: * As personagens coletivas * O povo é a personagem principal e pelo qual mostra enorme simpatia - Para atingir os seus objetivos o cronista serviu-se de vários recursos: * Capítulos inteiros dedicados a relatar o estado de espírito do povo português quando os castelhanos invadiram Portugal Exemplos * a esperança de que a frota castelhana fosse derrotada;  * o medo da vitória dos castelhanos; *...

Fernão Lopes - Caraterísticas da sua obra

  Contributo de Fernão Lopes para o enriquecimento da prosa medieval Caraterísticas inovadoras A obra de Fernão Lopes representa um grande avanço em relação à historiografia medieval anterior a ele: - Assimila as tradições dos cronistas anteriores, mas enriquece-as e, por isso, foi considerado o primeiro prosador português de quem se pode dizer que “o estilo individualiza o homem”; - Narra os acontecimentos com muitos pormenores; - Imprime visualismo; - Marcas de subjetividade: apresenta comentários pessoais aos acontecimentos  sobre os quais escreve; - Enquanto os cronistas anteriores normalmente só relatavam a corte e a sua vida íntima (bodas, intrigas e conjuras palacianas), Fernão Lopes foca toda a sociedade portuguesa do séc. XIV e XV - A par dos acontecimentos da corte são múltiplos os aspetos da vida que ele refere: * o interior das cortes com os seus tipos psicológicos; * a praça pública movimentada e ruidosa, percorrida por enchentes humanas; * o acampamento da batalh...

Aquele claro sol, poema de António Ferreira e sugestões de análise

Poeta português do séc. XVI  Poema Aquele claro sol, que me mostrava o caminho do céu mais chão, mais certo, e com seu novo raio, ao longe, e ao perto, toda a sombra mortal m'afugentava, deixou a prisão triste, em que cá estava. Eu fiquei cego, e só, c'o passo incerto, perdido peregrino no deserto a que faltou a guia que o levava. Assi c'o esprito triste, o juízo escuro, suas santas pisadas vou buscando por vales, e por campos, e por montes. Em toda parte a vejo, e a figuro. Ela me toma a mão e vai guiando, e meus olhos a seguem, feitos fontes.                                     António Ferreira   Sugestões de análise António Ferreira perdeu a sua mulher, Maria Pimentel, e em alguns poemas, como o que temos presente,  neste poema, revela-nos seu mundo de agonia por essa perda. O sujeito poético faz realçar a intensidade do seu sofrimento através da insegurança com que caminha no des...

Quando entoar começo...Poema de António Ferreira e sugestões de análise

António Ferreira Escritor português do séc XVI Quando entoar começo com voz branda Vosso nome d'amor, doce, e suave, A terra, o mar, vento, água, flor, folha, ave Ao brando som se alegra, move, e abranda. Nem nuvem cobre o Céu, nem na gente anda Trabalhoso cuidado, ou peso grave, Nova côr toma o Sol, ou se erga, ou lave No claro Tejo, e nova luz nos manda. Tudo se ri, se alegra, e reverdece. Todo mundo parece que renova. Nem ha triste planeta, ou dura sorte. A minh'alma só chora, e se entristece . Maravilha d' Amor cruel, e nova! O que a todos traz vida, a mim traz morte. Sugestões de análise Soneto da natureza essencialmente petrarquista. O sujeito poético enaltece a amada através da repercussão que tem o simples facto de pronunciar “o seu nome de amor” sobre a natureza em geral e até sobre os homens. No entanto há uma exceção -  enquanto, na natureza e nos homens, acontecem coisas maravilhosas ao som desse nome, por antítese a  ele traz-lhe imenso sofrimento. A natureza (...

Poema: "Aqueles olhos qu' eu deixei chorando" do autor António Ferreira e sugestões de análise

António Ferreira poeta português do séc. XVI Poema Aqueles olhos, qu'eu deixei chorando, Cujas fermosas lágrimas bebia Amor, com as suas tendo companhia, Ante os meus se me vão representando. Os saudosos suspiros, qu'arrancando Duas almas, em qu'üa troca Amor fazia, Qu' a que ficava, era a que partia, E a que ia, a ficava acompanhando. Aquelas brandas, mal pronunciadas Palavras da saudosa despedida Entre lágrimas rafas, e quebradas, E aquelas alegrias esperadas Da boa tornada, já antes da partida, Vivas as trago, não representadas.   Sugestões de análise Tema Duas almas torturadas pela despedida. Desenvolvimento  O sujeito poético evoca a hora da despedida: a separação da sua amada e transmite os efeitos que é saudade provocou em ambos: choraram os dois: “deixei chorando (...) fermosas lágrimas (...) com as suas tendo companhia”. A identificação dos dois amantes, um com o outro, é tão forte que há uma transposição de um no outro (tal como em Camões:” transformou-se o am...

Miguel Torga- Viagem: Poema e sugestões de análise

  Miguel Torga Adolfo Correia da Rocha, conhecido pelo pseudónimo, Miguel Torga, é um dos mais prestigiados escritores portugueses do século XX. Destacou-se como poeta, contista e moralista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. Recebeu o “prémio Camões” de 1989, o mais importante da língua portuguesa. Profissionalmente era médico Poema Viagem  Aparelhei o barco da ilusão E reforcei a fé de marinheiro. Era longe o meu sonho, e traiçoeiro O mar… (Só nos é concedida Esta vida Que temos; E é nela que é preciso Procurar O velho paraíso Que perdemos.) Prestes, larguei a vela E disse adeus ao cais, à paz tolhida. Desmedida, A revolta imensidão Transforma dia a dia a embarcação Numa errante e alada sepultura… Mas corto as ondas sem desanimar. Em qualquer aventura,  O que importa é partir, não é chegar. Sugestões de análise O sujeito poético apresenta-se como um “marinheiro”. No poema existe uma metáfora em que o sujeito poético compara “Esta vida / Que temos” ...

António Ferreira : Se meu desejo só é sempre ver-vos: poema e sugestões de análise

  António Ferreira escritor português do séc. XVI Poema Se meu desejo só é sempre ver-vos, Que causará, senhora, que em vos vendo Assi me encolho logo, e arrependo, Que folgaria então poder esquecer-vos? Se minha glória só é sempre ter-vos No pensamento meu, porque em querendo Cuidar em vós, se vai entristecendo? Nem ousa meu esprito em si deter-vos? Se por vós só a vida estimo, e quero, Como por vós a morte só desejo? Quem achará em tais contrários meio? Não sei entender o que em mim mesmo vejo. Mas que tudo é amor, entendo, e creio, E no que entendo, e creio, nisso espero.                           Sugestões de análise Tema: As contradições do amor António Ferreira apresenta, através deste soneto, o mundo de contradições que o amor pode causar nos que amam. O sujeito poético deseja estar sempre a ver a mulher amada, por isso não compreendo a sua inibição na presença dela. Se pensar nela é a única razão de ser da sua...

Antínio Ferreira: Apologia da Língua Portuguesa "Floreça, Fale, Cante, Ouça-se e viva"

António Ferreira escritor português do séc. XVI Floreça, fale, cante, ouça-se e viva A portuguesa língua! E já onde me for, Senhora vá de si, soberba e altiva, Se T’équi este baixa e sem louvor, Culpa é dos que a mal exercitaram. Esquecimento do nosso e desamor” Sugestões de análise Este excerto pertence à Carta que António Ferreira mandou a Pêro  de Andrade Caminha e integra-se no seu magistério literário, ou seja, sabendo que os portugueses eram pouco voltados para o cultivo das letras, mas deveriam ser como os gregos e romanos que apesar de grandes dificuldades venceram e se impuseram ao mundo, escreveu esta carta fazendo elogia das letras, revelando o seu nacionalismo linguístico. Depois de realçar o valor das letras, censura o amigo por escrever em castelhano e incentiva-o a escrever em português, para exemplo de outros e porque, assim, contribuirá para o enriquecimento da língua e cumprirá o seu dever. Faz então (como se pode ver nestes versos) a apologia da língua portuguesa...

A Castro de António Ferreira-Resumo

Na peça põe-se em evidência o bem comum, ou seja, Inês é morta por se considerar que, para o bem da independência de Portugal, D. Pedro não devia casar-se com a mulher que amava (D. Inês), por isso a morte desta impunha- se.  Resumo António Ferreira faz da sua obra uma tragédia à maneira clássica:  - Dividiu a peça em 5 atos e cenas - Utilizou, normalmente, o verso decassílabo com quebrados de 6 e 4 sílabas no Coro e o verso branco  - Usou didascálias e a indicação das falas das personagens, pelo nome respetivo Ação -  A ação de toda a tragédia é despida de cor epocal - Toda a ação é de profunda agitação psicológica  - Reside no conflito entre as razões de Estado e as do Amor Personagens -  Na Castro surgem poucas  personagens e nobres como convinha a uma tragédia à maneira clássica.    Inês  Um Coro  Um Secretário, Uma Ama   Os  Conselheiros D. Afonso IV Papel desempenhado pelas personagens - Inês é a personag...

Garcia de Resende-Escritor português do final do século XV e início do XVI-Trovas à morte de Inês de Castro que, depois de morta, foi rainha

Homem do Renascimento Poeta Cronista  Músico  Desenhador   Arquitecto humanista Deve ter nascido em 1470, em Évora, Faleceu em 3 de Fevereiro de 1536  em Évora Escreveu as famosas Trovas à morte de Inês de Castro  (1516) que são o mais antigo documento poético conhecido sobre o assunto    Senhoras, s'algum senhor vos quiser bem ou servir, quem tomar tal servidor, eu lhe quero descobrir o galardam do amor. Por Sua Mercê saber o que deve de fazer vej'o que fez esta dama, que de si vos dará fama, s'estas trovas quereis ler. Fala D. Inês Qual será o coraçam tam cru e sem piadade, que lhe nam cause paixam úa tam gram crueldade e morte tam sem rezam? Triste de mim, inocente, que, por ter muito fervente lealdade, fé, amor ó príncepe, meu senhor, me mataram cruamente! A minha desaventura nam contente d'acabar-me, por me dar maior tristura me foi pôr em tant'altura, para d'alto derribar-me; que, se me matara alguém, antes de ter tanto bem, em tais chamas nam ar...